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O fator Lula contra o câncer de mama

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Para fechar o Outubro Rosa, mês dedicado à prevenção do câncer de mama, e no momento em que o país se comove com o tumor na laringe diagnosticado no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulgou ontem sete recomendações para aumentar a chance de cura de pacientes que enfrentam a doença. As orientações visam a reduzir a mortalidade e dar maior qualidade de vida às mulheres que estão em tratamento.

É o segundo ano no qual o instituto divulga orientações. Em 2010, as recomendações eram mais focadas na prevenção e na detecção precoce da doença. “Esperamos que, por meio desse amplo debate, essas medidas possam ser incorporadas na atenção às mulheres”, afirmou o diretor-geral do Inca, Luiz Antonio Santini.

De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, Anderson Silvestrini, as orientações com relação ao início do tratamento (veja o quadro) devem ser sempre observadas. “O atraso no tratamento leva à maior disseminação da doença. No caso do câncer de mama, há células tumorais circulantes ou micrometástases, principalmente nos tumores mais invasivos, que podem se instalar em outras partes e diminuir as chances de cura”, explica.

Outra recomendação do Inca diz respeito à interdisciplinariedade da equipe. “Vemos que, quando há um time completo no atendimento desses pacientes, melhora a qualidade do tratamento”, diz Silvestrini.

Na avaliação do oncologista, profissionais como enfermeiros especializados, psicólogos, nutricionistas e cirurgiões plásticos, por exemplo, são fundamentais para aumentar as chances de cura e dar mais qualidade de vida ao paciente.

O combate à doença é também uma das prioridades do Ministério da Saúde. Até 2014, a pasta pretende investir R$ 4,5 bilhões em prevenção, diagnóstico e tratamento para os cânceres de mama e de colo do útero. Apenas o câncer de mama mata 12 mil mulheres por ano. A cada ano, segundo o Inca, o país registra 49,2 mil novos casos.

 

Os sete passos

» Iniciar o tratamento o mais rápido, não ultrapassando o prazo de 3 meses.

» A químio ou a hormonioterapia devem ser iniciadas no máximo em 60 dias e o de radioterapia, em 120 dias.

» O diagnóstico deve ser complementado com a avaliação do receptor hormonal.

» Acompanhamento por uma equipe multidisciplinar especializada.

» Receber cuidados em um ambiente que respeite sua autonomia e dignidade.

» Todo hospital deve ter o Registro de Câncer em atividade.

» Toda mulher com câncer de mama tem direito aos cuidados paliativos para o adequado controle dos sintomas e os suportes social, espiritual e psicológico.