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Aids na terceira idade

terça-feira, 26 de julho de 2011

MARIANAVERSOLATO

DESÃO PAULO

Avôse avós fazem sexo, sim. E, sem proteção, também pegam Aids. De 1998 a 2008, oscasos da doença entre pessoas acima de 60 anos no Brasil mais que dobraram,segundo dados de 2010 do Ministério da Saúde. A via predominante de transmissão é por relação sexual heterossexual, em ambosos sexos.

Emborao número absoluto de casos ainda seja pequeno em comparação com outras faixasetárias, o ritmo de crescimento da doença entre os idosos é preocupante, afirmaEduardo Barbosa, diretor do departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministérioda Saúde.

Semo hábito -e, muitas vezes, sem o conhecimento- de usar preservativos, essegrupo se expõe mais ao risco de contrair o vírus HIV, de acordo com Barbosa.

"Édifícil de mudar a mentalidade dessa população. Eles ainda encaram o sexo comcamisinha como chupar bala com papel."

Alémdisso, para as mulheres o preservativo sempre esteve associado a um métodocontraceptivo. Como não estão mais em idade reprodutiva, não veem por queusá-lo.

VIDASEXUAL ATIVA

Opreconceito a respeito da vida sexual dessa população também dificulta aproteção.

"Ninguémde nós vê nossos nossos avós como sexualmente ativos, e isso dificulta odiagnóstico e o acesso à prevenção", diz Barbosa.

Osidosos têm ainda a ideia de que a Aids é uma doença de jovens e que estão àmargem do risco, segundo o infectologista do hospital Emílio Ribas JeanGorinchteyn, autor do livro "Sexo e Aids depois dos 50".

 

NÚMEROSDA AIDS

NATERCEIRA IDADE

628casos de Aids entre pessoas com 60 anos ou mais em 1998

1441casos da doença nessa faixa etária em 2008

Issosignifica um aumento de 129%. Para comparação, os casos entre pessoas entre 35e 39 anos aumentou 16% no mesmo período


O PROBLEMA EM NÚMEROS

Taxade incidência de casos de Aids por 100 mil habitantes em 2008

20 a 24 anos – 15

25a 29 - 31,6

30a 34 - 42,8

35a 39 - 46,1

40a 49 - 39,3

50a 59 - 24,8

60e mais - 7,7

Fonte:Boletim Epidemiológico DTS/Aids 2010 do Ministério da Saúde