contato@jorgevalente.com.br

Abortos em série não inviabilizam bebês

terça-feira, 26 de julho de 2011

MARIANAVERSOLATO

DESÃO PAULO

Mulheresque sofreram abortos de repetição podem ficar mais tranquilas: suas chances deter um filho saudável são iguais às de mulheres que nunca passaram por umaperda do tipo.

Anotícia foi divulgada em um congresso europeu de reprodução humana que terminaamanhã na capital sueca.

Umdos estudos apresentados, conduzido na Dinamarca, acompanhou durante 22 anoscerca de mil mulheres de 20 a 46 anos que haviam sofrido três abortosespontâneos repetidos e procurado tratamento.

Doisterços delas tiveram pelo menos um bebê em até cinco anos. Isso ocorreu commais frequência até um ano depois da visita ao médico.

SegundoSimone Nogueira, médica especialista em reprodução, a maioria das causas deabortos espontâneos, como infecções ou alterações do útero, são tratáveis.

"Com rastreio e tratamento corretos, é possível que a gestação chegue atéo fim. E as chances de ter um bebê saudável são altas", afirma.

"Seum casal com aborto de repetição chega ao consultório e você informa que 66,7%dos casais conseguem ter bebês nascidos vivos em cinco anos, o casal sai maisesclarecido e com mais esperança", afirma.

ParaNewton Busso, professor de ginecologia da Faculdade de Ciências Médicas daSanta Casa de São Paulo, o tratamento inclui apoio emocional, o que também temum resultado importante para que essas mulheres tenham filhos.

De acordo com a pesquisa, as possíveis razões para que parte das mulheres nãotenha tido filhos são abortos espontâneos repetidos nas gestações seguintes,aumento da idade da mulher em cada tentativa, desistência de engravidar oudivórcios.

NOVAGRAVIDEZ

Asegunda pesquisa, conduzida na Holanda com 213 mulheres, descobriu que mais de70% das mulheres com abortos de repetição engravidaram depois de um ano detentativas.

Essataxa aumentou para 80% depois de dois anos. Mais da metade delas tiveram bebêssaudáveis.

Parao pesquisador Stefan Kaandorp, os resultados mostram que mulheres com abortosespontâneos repetidos podem ter certeza de que o tempo que levarão paraengravidar de novo não é significativamente maior do que o de mulheres sem essehistórico.

Estima-seque 25% de todas as gravidezes terminem em aborto espontâneo. Após os 40 anos,a quantidade de abortos espontâneos tende a se tornar mais frequente.

PRESSÃO
A professora de inglês Leila Peres, 42, tem uma filha de um ano e já sofreudois abortos espontâneos. Hoje, tenta engravidar de novo. Mesmo com todos osexames "normais", ela confessa que se sente desanimada.

"Eume pressiono demais para engravidar. Sinto o peso da idade e isso me preocupamuito", explica.

Comoo último aborto que sofreu foi recente, ela precisa esperar alguns meses atévoltar a tentar novamente.

Leiladescobriu que estava grávida na primeira vez que foi à uma clínica dereprodução assistida.

Naépoca, o marido de Peres, o produtor Sylla Taves, era contrário à ideia dafertilização. "Mas ela estava tão fragilizada depois do aborto queconcordei em procurar uma forma para ela se sentir segura novamente."

 

Comagências de notícias

ColaborouSABINE RIGHETTI, de São Paulo